Podemos viver em um mundo sem vagalumes? Entenda risco de extinção desses insetos

  • 10/07/2024
(Foto: Reprodução)
Luzes artificiais, poluição, uso de pesticidas e perda de habitat estão entre as principais razões para o desaparecimento de vagalumes na natureza. Os vagalumes são um grupo de besouros que ocorrem em todo o mundo. Ruiruito/ Getty Images A diminuição drástica de espécies de vagalumes já é uma realidade preocupante, inclusive no Brasil. Estudos recentes, apontam para uma queda significativa na população desses insetos fascinantes que iluminavam as noites em diversas regiões do país. Segundo Jéssica Herzog Viana, bióloga e professora da Universidade do Estado do Pará (UEPA), em colaboração com Luiz Felipe Silveira, professor da Universidade da Carolina Ocidental (USA), as principais ameaças às espécies de vagalumes são a luz noturna, a poluição da água, a perda de habitat e o uso de pesticidas, sendo os dois últimos os principais agravantes. “É um problema complexo e que depende da área com a qual estamos lidando, rural ou urbana. Entretanto, como a perda de habitat é um dos motivos principais, pois está presente em ambas as áreas, a conservação de áreas naturais deve ser uma das ações prioritárias para a que sejam minimizados os riscos de extinção dessas espécies”, pontua a especialista. Esses fatores relacionados à ação humana também ameaçam outras espécies de invertebrados, como as abelhas nativas. De acordo com Jéssica, os vagalumes são insetos que realizam a metamorfose completa, ou seja, passam pela fase de ovo, larva, pupa e adulto. As espécies de vagalumes estão muito vulneráveis pela destruição dos seus habitats. Keystone Nas fases de larva e adulto, os vagalumes são capazes de emitir bioluminescência. A diferença é que as larvas habitam lugares úmidos e os adultos costumam ser vistos voando ou pousados em áreas de vegetação. Os vagalumes são um grupo de besouros que ocorrem em todo o mundo. Em geral, as larvas são encontradas em lugares encharcados e os adultos, que são alados, geralmente estarão também próximos desses lugares. Após a fase de pupa, os adultos emergem e procuram seus parceiros. A maioria das espécies são ativas à noite e usam a luminescência como sinal sexual, desta forma, por meio de um padrão de luz específico encontram seus parceiros sexuais. As poucas espécies diurnas usam feromônios que são exalados no ar, atraindo os parceiros através do vento. Outra curiosidade sobre a reprodução desses animais é que as fêmeas adultas de algumas espécies possuem asas reduzidas, e apenas os machos possuem asas, dessa forma, são eles que voam até as parceiras para acasalar. “Os órgãos bioluminescentes dos vagalumes se localizam na parte inferior dos últimos segmentos abdominais, neste órgão uma substância chamada luciferina é oxidada, com mediação da enzima luciferase e necessidade de ATP e íons de magnésio, resultando na substância oxiluciferina e a emissão de luz”, explica a professora. A diminuição drástica de espécies de vagalumes já é uma realidade preocupante, inclusive aqui no Brasil. Conexão Planeta Não há informações suficientes sobre o status de conservação de todas ou até mesmo para a maioria das espécies de vagalumes mas, segundo Jéssica, considerando que a maioria delas são especializadas, ou seja vivem em ambientes restritos, o cenário é preocupante por conta das ameaças citadas. “Para o mundo, são mais de 2.500 espécies, e para o Brasil são 362. Entretanto, ainda existem muitas espécies de vagalumes a serem descritas. Como existem poucos estudos sobre essas espécies, não se pode afirmar qual espécie estaria mais ameaçada, mas há um consenso entre os pesquisadores que esta ameaça é real e que várias espécies de vagalumes, inclusive as que ainda não são conhecidas pela ciência, estariam ameaçadas”, afirma a bióloga. Jéssica menciona que está finalizando um artigo científico em colaboração com o professor Luiz Felipe Silveira com a descrição de sete novas espécies de um novo gênero de vagalume, ainda desconhecidos pela ciência. “Precisamos urgentemente conhecer quem são os vagalumes que estão nos nossos ecosssitemas para saber como lidar com essas ameaças, mas é evidente que a observação rotineira de grandes quantidades de vagalumes bioluminescentes na beira e até mesmo dentro de áreas naturais está cada vez mais rara”, finaliza. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2024/07/10/podemos-viver-em-um-mundo-sem-vagalumes-entenda-risco-de-extincao-desses-insetos.ghtml


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